segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Resolução de Exercícios III

Oi, pessoal! Aí vão comentários sobre alguns execícios dos capítulos 3 e 4:

Fuvest (Ex. 33, p. 50)
No século XVIII, o governo português incorporou a maior parte da Amazônia ao seu domínio. A ampliação dessa fronteira da colônia portuguesa deveu-se:

a) aos acordos políticos entre Portugal e França.
b) às lutas de resistência das populações indígenas.
c) ao início da exploração e exportação da borracha.
d) à expulsão dos jesuítas favoráveis à dominação espanhola.
e) à exploração e comercialização das drogas do sertão.

Comentários:
O item a está errado, pois o interesse da França nesse período na América era com a região litorânea (Rio de Janeiro ou Maranhão), e não com a Amazônia. O item b também está errado, pois a resistência das populações indígenas não ajudou a ampliação da fronteira, mas sim atrasou-a. O item c está errado, pois a exploração da borracha na Amazônia em grandes quantidades, para exploração, começa no século XIX e não no XVIII. O item d também está errado, pois os jesuítas não eram necessariamente favoráveis à dominação espanhola.
O item e, portanto, é o correto, pois afirma que a Amazônia passou a fazer parte do domínio português no século XVIII devido à exploração das drogas do sertão. É importante lembrar, no entanto, que a exploração dos recursos naturais da região amazônica (ervas, madeira etc) iniciou-se já no século XVI.


Ex. 39, p. 51
Dentre as consequências da expulsão dos holandeses do Brasil no século XVII, destacamos:

a) O crescimento da produção açucareira graças às novas técnicas aprendidas com os holandeses.
b) O desaparecimento da oposição entre senhor e escravo, em função da luta contra o invasor batavo.
c) O declínio da produção açucareira do Nordeste, devido à concorrência do açúcar holandês produzido nas Antilhas.
d) O alinhamento de Portugal à França, potência hegemônica da época.
e) O abrandamento das restrições do pacto colonial e a concessão de maior liberdade de comércio.

Comentários:
O item a está errado, pois após a expulsão dos holandeses houve crise na produção de açúcar, e não crescimento. Além disso, a guerra contra os holandeses destruiu muitos engenhos e plantações dificultando a retomada da produção. O item b também está errado (e muito!) porque, apesar de escravos terem lutado contra os holandeses, isso não significou o fim da oposição senhor x escravo. O próprio fato de os escravos terem lutado na guerra (na maioria das vezes obrigados por seus senhores) evidencia a permanência dessa oposição. O item c é o correto, pois afirma que os holandeses, ao sairem do nordeste brasileiro, iniciaram sua produção de açúcar nas Antilhas, e conseguiram produzir um açúcar mais barato, que fez concorrência ao açúcar brasileiro. O item d está errado pois a França no século XVII não é a principal potência européia, e Portugal não alinhou-se a ela nesse período. O item e também está errado, pois a invasão de estrangeiros nesse período fez com que Portugal reforçasse algumas medidas de monopólio e restringisse liberdades de comércio. O que está descrito nesse item só aconteceria na passagem do século XVIII para o XIX.



FGV (Ex. 5, p. 65)
"[...] assistimos no final do século XVII, após a descoberta das minas, não a uma nova configuração da vila nem à ruptura brusca com o padrão anterior, ao contrário, à consolidação de todo um processo de expansão econômica, de mercantilização e de concentração do poder nas mãos de uma elite local. A articulação com o núcleo mineratório dinamizará este quadro mas não será, de forma alguma, responsável por sua existência."
Ilana Blaj. A trama das tensões. SP: Humanitas, 2002, p. 125.

O texto acima refere-se:
a) à vila de São Luís e ao seu papel de núcleo articulador entre a economia exportadora e o mercado interno colonial.
b) à vila de São Paulo, cuja integração a uma economia de mercado teria ocorrido antes da descoberta dos metais preciosos.
c) à vila de Ouro Preto, importante centro agrícola e pecuarista encravado no interior da América Portuguesa.
d) à vila de Cuiabá, principal entreposto de tropeiros e comerciantes que percorriam as precárias rotas do centro-sul.
e) à vila de Mariana, importante centro distribuidor de indígenas apresados pelos bandeirantes.

Comentários:
O item a está errado, pois o Maranhão não estava diretamente relacionado ao núcleo minerador (sudeste e centro-oeste). O item b é o correto, pois afirma que a vila de São Paulo esteve relacionada à região mineradora, mas que o seu processo de expansão econômica e mudanças políticas não foram consequências diretas da descoberta das minas, mas sim de outros fatores, como, por exemplo, o comércio de índios escravizados. O item c é incorreto, pois Ouro Preto não era um centro agrícola e pecuarista, mas sim minerador. Além disso, a vila não passou pelo processo descrito pelo texto da questão. O item d também é incorreto, pois Cuiabá, apesar de ser um entreposto da rota centro-sul, não sofreu o processo descrito pelo texto da questão. O item e está errado pois a vila de Mariana era um centro da região mineradora, e não distribuidor de escravos indígenas. Além disso, ela também não sofreu o processo descrito pelo texto.


FGV (Ex. 6, p. 65)
"A confrontação entre a loja e o engenho tendeu principalmente a assumir a forma de uma contenda municipal, de escopo jurídico-institucional, entre um Recife florescente que aspirava à emancipação e uma Olinda decadente que procurava mantê-lo numa sujeição irrealista. Essa ingênua fachada municipalista não podia, contudo, resistir ao embate dos interesses em choque. Logo revelou-se o que realmente era, o jogo de cena a esconder uma luta pelo poder entre o credor urbano e o devedor rural."
Evando Cabral de Mello. A Fronda dos Mazombos. SP: Cia das Letras, 1995, p. 123.

O autor refere-se:
a) ao episódio conhecido como a Aclamação de Amador Bueno.
b) à chamada Guerra dos Mascates.
c) aos acontecimentos que precederam a invasão holandesa de Pernambuco.
d) às consequências da criação, por Pombal, da Companhia Geral de Comércio de Pernambuco.
e) às guerras de Independência em Pernambuco.

Comentários:
O texto refere-se à Guerra dos Mascates (item b), pois fala dos conflitos entre Recife (credor urbano) e Olinda (devedor rural) pela hegemonia política da capitania de Pernambuco. Os outros itens estão errados pois falam de eventos que nada tiveram a ver com essa disputa ocorrida entre 1710 e 1711.


Unifesp (Ex. 8, p. 66)
"Não resta outra coisa senão cada um defender-se por si mesmo: duas coisas são necessárias [...] a fim de se recuperar a mão livre no que diz respeito ao comércio e aos índios."
Manuel Beckman.

As duas principais reivindicações do líder da Revolta que leva seu nome são:
a) a revogação do monopólio da Companhia de Comércio do Estado do Maranhão e a expulsão dos jesuítas que se opunham à escravidão indígena.
b) a saída dos portugueses do Grão-Pará e Maranhão e a supressão dos aldeamentos indígenas, que monopolizavam as chamadas "drogas do sertão".
c) a repressão ao contrabando entrangeiro, que prejudicava os negócios dos atacadistas portugueses e a liberdade para importar escravos negros.
d) a expulsão dos holandeses do Nordeste , que monopolizavam o comércio do açúcar, e a reedição da guerra justa, que proibia a escravidão indígena.
e) a revogação do monopólio comercial da Metrópole sobre o Norte e Nordeste da colônia e a proibição para importar escravos negros.

Comentários:
Pelo texto apresentado pela questão é possível concluir que o item a é o correto, pois ele traz a questão do comércio e dos índios. As pessoas lideradas pelos irmãos Beckman lutaram pelo fim do monopólio da Cia de Comércio do Maranhão, que os impedia de poder também comercializar as drogas do sertão e outras mercadorias. Além disso, elas queriam utilizar a mão-de-obra mais barata possível, para obter lucro. No caso, essa mão-de-obra eram os índios que foram escravizados, apesar da legislação que impedia essa prática. Alguns grupos se opuseram à escravização dos índios, entre eles os jesuítas, que foram expulsos pelos revoltosos. Os outros itens tentam confundir o aluno que não tenha clareza sobre as causas da Revolta de Beckman, trazendo a questão dos escravos africanos e da expulsão dos holandeses que nada tem a ver com a Revolta.

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