sábado, 16 de outubro de 2010

Slides da aula sobre Getúlio Vargas, JK, JQ, JG, Ditadura Militar e Redemocratização

Pessoal, aí vão as apresentações que usei na aula de hoje sobre Getúlio Vargas, JK, JQ, JG, Ditadura Militar e Redemocratização. É só clicar no link e fazer o download!

http://www.4shared.com/file/7iNp73W4/Vestec_-_Getlio_Vargas.html

http://www.4shared.com/file/TTvzzttW/Vestec_-_JK_JQ_JG_Ditadura_e_R.html

Canudos e Euclides da Cunha

Foto tirada do 24º Batalhão de Infantaria por Flávio de Barros, depois do fim dos confrontos em Canudos
 
Pessoal, não deixem de conferir as reportagens que o escritor Euclides da Cunha fez sobre a Guerra de Canudos (1896-1897). Nesse link vocês poderão ver versões fac-simile dos artigos de Euclides da Cunha para o jornal O Estado de São Paulo sobre esse e outros assuntos:

http://www.estadao.com.br/especiais/euclides-da-cunha-nas-paginas-do-estadao,55175.htm

Litografia de Antonio Conselheiro

Vejam também a edição especial da revista de História da Biblioteca Nacional sobre Euclides da Cunha:
http://www.revistadehistoria.com.br/v2/home/?go=edicao&id=48

Monteiro Lobato e a Eugenia

Como eu havia prometido, abaixo alguns comentários sobre a ligação de Monteiro Lobato e as teorias eugenistas no Brasil:

EUGENIA - termo criado no século XIX baseado na língua grega, que pode ser traduzido mais ou menos como "bom nascimento". Seu criador, Francis Galton, definiu-o como "O estudo dos agentes sob o controle social que podem melhorar ou empobrecer as qualidades raciais das futuras gerações, seja física ou mentalmente".
Nessa frase, podemos ver alguns pressupostos fundamentais às teorias eugênicas:
- Existem qualidades raciais que são melhores do que as outras. Como consequência, existem raças superiores e raças inferiores, sendo a branca a mais superior a todas as outras.
- Essas qualidades raciais não são apenas físicas (cor da pele, dos olhos, estatura etc), mas também mentais (nível de inteligência, bom ou mau caráter etc).
- É possível melhorar ou piorar as qualidades raciais de um povo, através de mudanças no ambiente social (idéia do darwinismo social). Um exemplo dessas mudanças seria controlar o casamento entre pessoas de "raças" diferentes, evitando assim que a raça branca fosse "contaminada", ou então promover a esterilização de casais considerados deficientes mentais ou físicos, impedindo, assim, que estes tivessem filhos deficientes.

Como é possível perceber, as teorias da eugenia eram racistas, mas, como esse era um pensamento amplamente aceito nos países ocidentais no século XIX e no começo do XX, elas fizeram muito sucesso. Em 1929 foi realizado no Brasil o 1º Congresso Brasileiro de Eugenismo, no qual foram discutidas várias medidas que poderiam ser tomadas pelo governo para melhorar a "raça brasileira", dirigindo-a para um embranquecimento.


Monteiro Lobato, famoso por suas histórias infantis, era um adepto das teorias eugênicas, e empregou essas ideías em várias de suas obras. Abaixo, alguns trechos que evidenciam a presença da eugenia nos seus escritos:


“Renato, tu és o pai da eugenia no Brasil e a ti devia eu dedicar meu Choque, grito de guerra pró-eugenia. Vejo que errei não te pondo lá no frontispício, mas perdoai a este estropeado amigo. (...) Precisamos lançar, vulgarizar estas idéias. A humanidade precisa de uma coisa só: póda. É como a vinha.” 
Trecho da carta escrita por Monteiro Lobato a Renato Kehl, médico e propagandista das ideías da eugenia.



"A nossa montanha é vitma de um parasita, um piolho da terra, peculiar ao solo brasileiro (...) Este funesto parasita é o caboclo, espécie de homem baldio, semi-nômade, inadaptável à civilização, mas que vive à beira dela na penumbra das zonas fronteiriças. (...)"
Trecho do artigo escrito por Lobato sobre o caipira para o Estado de São Paulo (12/11/1914).



"Perdemos o anjinho por culpa sua só. Burrona! Negra beiçuda! Deus que te marcou, alguma coisa em ti achou. Quando ele preteja uma criatura é por castigo. (...)"
Fala da personagem Emília no livro Memórias de Emília de 1972.


A obra de Monteiro Lobato que mais traz elementos da eugenia é o livro O Presidente Negro ou O Choque das Raças, escrito nos Estados Unidos em 1926. Seu enredo traz eventos que ocorreriam durante as eleições presidenciais norte-americanas no ano de 2228. Em uma sociedade dividida entre homens brancos, mulheres brancas e negros em geral, o maior número de eleitores era afro-americano. Desse modo, o candidato negro, Jim Roy, é eleito, fazendo com que os brancos tomem diversas medidas para "acabar com a ameaça negra".
Quem quiser ler o livro O Presidente Negro na íntegra, ele está disponível pelo link 

Para saber mais sobre o assunto, ver:




terça-feira, 21 de setembro de 2010

Relato de um imigrante que veio para o Brasil


Thomas Davatz, um suíço que veio ao Brasil na metade do século XIX, escreveu um extenso relato acerca das suas experiências nas fazendas de café de São Paulo e também de histórias contadas a ele por outros imigrantes.
No trecho transcrito abaixo, Davatz dá a sua opinião acerca da situação em que vivem os trabalhadores imigrantes na Fazenda de Ibicaba (atualmente Cordeirópolis - SP), propriedade do Senador Vergueiro. Nessa fazenda - que ainda existe, e é aberta à visitação (http://www.fazendaibicaba.com.br/principal.html) - aconteceu uma das primeiras experiências de uso de mão-de-obra européia (principalmente suíça e alemã) no sistema de parceria. É sobre esse sistema e suas crueldades que Thomas Davatz discorre no trecho abaixo:

Foto aérea tirada da Fazenda de Ibicaba
[...] Em Ibicaba, em fins do ano de 1856, antes de correr a notícia de que seria realizado um inquérito, houve mesmo quem dissesse que, com os colonos a serem introduzidos daí por diante, seria firmado um contrato mediante o qual eles não receberiam nem cafezal, nem roçados para a lavoura, mas trabalhariam na fazenda recebendo uma diária de quinhentos réis. Além disso seriam obrigados a contentar-se com os fornecimentos da fazenda, inclusive de mantimentos, roupas, ferramentas etc. [...] os colonos, em certos, lugares, se vêem em maior dificuldade para se libertarem do que os próprios escravos pretos, que não têm dívidas a pagar e que poderia usar, na compra de sua liberdade, os extraordinários que ganham em certas ocasiões, ou em domingos e feriados. [...] Será exagero, diante de tudo isso, dizer-se que os colonos se acham sujeitos a uma nova espécie de escravidão, mais vantajosa para os patrões do que a verdadeira, pois recebem os europeus por preços bem mais moderados do que os dos africanos (um bom africano custa hoje mais de cinco mil francos), sem falar no fato do trabalho dos brancos ser mais proveitoso que o dos negros? [...] os colonos sujeitos a esse sistema de parceria não passam de pobres coitados miseravelmente espoliados, de perfeitos escravos, nem mais nem menos. Os próprios filhos de certo fazendeiro não hesitaram em apoiar essa convicção, dizendo que "os colonos eram os escravos brancos (de seu pai), e os pretos seus escravos negros. [...]
Mas quer isso dizer então que os colonos com contrato e tudo mais não podem recorrer às autoridades brasileiras? Ao que eu saiba poucas tentativas se fizeram nesse sentido e as que se fizeram não animaram ninguém a repeti-las. [...] O fato é que os fazendeiros, à testa dos quais está ou pretende estar o sr. Vergueiro, tem todo o poder nas mãos [...].
(DAVATZ, Thomas. Memórias de um colono no Brasil (1850). SP: Ed. Livraria Martins/EdUSP, 1972, pp. 86-89)


*Como sabemos, todo relato traz visões históricas parciais. No caso do texto acima, o ponto de vista de Thomas Davatz nos leva a fazer algumas perguntas:
- Qual interesse tinha Davatz em retratar a situação dos imigrantes dessa maneira? Em 1856, ele, que era professor, participou de uma revolta contra o sen. Vergueiro. Depois disso, a imigração de suiços para o Brasil foi proibida pelo governo da Suíça.
- Por que os fazendeiros tratavam os imigrantes como escravos? Seria somente por razões econômicas ou também por questões culturais?
- Será que o relato de Davatz não está impregnado pelo racismo? Por que os imigrantes brancos teriam que ser tratados de maneira melhor do que os escravos negros?
 
Terreiro de café na Faz. de Ibicaba (final do séc. XIX) - Acervo Cartola Schmidt Memorial Center

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Eleições no Império e na República

Pessoal: esse ano é ano de eleição... Quem sabe cai alguma coisa sobre isso no vestibular? = ]

Pensando nisso, elaborei uma tabela comparativa sobre as principais características dos sistemas eleitorais que já existiram no Brasil. É claro que esse é um resumo, e que ficaram de fora várias características e diferenças. Mas, já dá para conhecer um pouco mais sobre tema! Abaixo coloco também links para quem quiser aprofundar seus conhecimentos.

Clique na imagem para ver a tabela em tamanho grande

Fonte: Baseado no texto de Jairo Nicolau. História do Voto no Brasil. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2002.


Glossário:
*Voto aberto = voto que deve ser declarado em voz alta ou por escrito; ou seja, no qual outras pessoas ficam sabendo em quem o eleitor votou.
*Voto fechado = voto secreto; ou seja, no qual o eleitor tem o direito de não revelar em quem votou.
*Eleição indireta = na qual há várias etapas para a escolha de um candidato. Geralmente nesse sistema há dois tipos de eleitores: um primeiro grupo que vota para escolher eleitores de um segungo grupo, que aí sim votará para escolher o candidato.
*Eleição direta = na qual todos os eleitores votam para escolher um candidato, sem intermediários.
*Voto censitário = no qual o direito de votar fica restriro a critérios econômicos; ou seja, a pessoa tem o direito de votar apenas se tiver uma renda superior a um valor determinado.
*Voto universal = no qual o direito de votar é generalizado; ou seja, independe do sexo, da situação econômica ou da escolarização. Geralmente a restrição acontece apenas em termos da idade (ex: apenas para maiores de 16 anos).

Veja também:
Vídeo com propagandas políticas de várias eleições, de 1960 a 2006: http://www.estadao.com.br/especiais/horario-eleitoral,115269.htm

Site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com várias informações interessantes sobre a história das eleições: http://www.tse.gov.br/institucional/biblioteca/site_novo/historia_das_eleicoes/capitulos/eleicoes_brasil/eleicoes.htm

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Resolução de Exercícios III

Oi, pessoal! Aí vão comentários sobre alguns execícios dos capítulos 3 e 4:

Fuvest (Ex. 33, p. 50)
No século XVIII, o governo português incorporou a maior parte da Amazônia ao seu domínio. A ampliação dessa fronteira da colônia portuguesa deveu-se:

a) aos acordos políticos entre Portugal e França.
b) às lutas de resistência das populações indígenas.
c) ao início da exploração e exportação da borracha.
d) à expulsão dos jesuítas favoráveis à dominação espanhola.
e) à exploração e comercialização das drogas do sertão.

Comentários:
O item a está errado, pois o interesse da França nesse período na América era com a região litorânea (Rio de Janeiro ou Maranhão), e não com a Amazônia. O item b também está errado, pois a resistência das populações indígenas não ajudou a ampliação da fronteira, mas sim atrasou-a. O item c está errado, pois a exploração da borracha na Amazônia em grandes quantidades, para exploração, começa no século XIX e não no XVIII. O item d também está errado, pois os jesuítas não eram necessariamente favoráveis à dominação espanhola.
O item e, portanto, é o correto, pois afirma que a Amazônia passou a fazer parte do domínio português no século XVIII devido à exploração das drogas do sertão. É importante lembrar, no entanto, que a exploração dos recursos naturais da região amazônica (ervas, madeira etc) iniciou-se já no século XVI.


Ex. 39, p. 51
Dentre as consequências da expulsão dos holandeses do Brasil no século XVII, destacamos:

a) O crescimento da produção açucareira graças às novas técnicas aprendidas com os holandeses.
b) O desaparecimento da oposição entre senhor e escravo, em função da luta contra o invasor batavo.
c) O declínio da produção açucareira do Nordeste, devido à concorrência do açúcar holandês produzido nas Antilhas.
d) O alinhamento de Portugal à França, potência hegemônica da época.
e) O abrandamento das restrições do pacto colonial e a concessão de maior liberdade de comércio.

Comentários:
O item a está errado, pois após a expulsão dos holandeses houve crise na produção de açúcar, e não crescimento. Além disso, a guerra contra os holandeses destruiu muitos engenhos e plantações dificultando a retomada da produção. O item b também está errado (e muito!) porque, apesar de escravos terem lutado contra os holandeses, isso não significou o fim da oposição senhor x escravo. O próprio fato de os escravos terem lutado na guerra (na maioria das vezes obrigados por seus senhores) evidencia a permanência dessa oposição. O item c é o correto, pois afirma que os holandeses, ao sairem do nordeste brasileiro, iniciaram sua produção de açúcar nas Antilhas, e conseguiram produzir um açúcar mais barato, que fez concorrência ao açúcar brasileiro. O item d está errado pois a França no século XVII não é a principal potência européia, e Portugal não alinhou-se a ela nesse período. O item e também está errado, pois a invasão de estrangeiros nesse período fez com que Portugal reforçasse algumas medidas de monopólio e restringisse liberdades de comércio. O que está descrito nesse item só aconteceria na passagem do século XVIII para o XIX.



FGV (Ex. 5, p. 65)
"[...] assistimos no final do século XVII, após a descoberta das minas, não a uma nova configuração da vila nem à ruptura brusca com o padrão anterior, ao contrário, à consolidação de todo um processo de expansão econômica, de mercantilização e de concentração do poder nas mãos de uma elite local. A articulação com o núcleo mineratório dinamizará este quadro mas não será, de forma alguma, responsável por sua existência."
Ilana Blaj. A trama das tensões. SP: Humanitas, 2002, p. 125.

O texto acima refere-se:
a) à vila de São Luís e ao seu papel de núcleo articulador entre a economia exportadora e o mercado interno colonial.
b) à vila de São Paulo, cuja integração a uma economia de mercado teria ocorrido antes da descoberta dos metais preciosos.
c) à vila de Ouro Preto, importante centro agrícola e pecuarista encravado no interior da América Portuguesa.
d) à vila de Cuiabá, principal entreposto de tropeiros e comerciantes que percorriam as precárias rotas do centro-sul.
e) à vila de Mariana, importante centro distribuidor de indígenas apresados pelos bandeirantes.

Comentários:
O item a está errado, pois o Maranhão não estava diretamente relacionado ao núcleo minerador (sudeste e centro-oeste). O item b é o correto, pois afirma que a vila de São Paulo esteve relacionada à região mineradora, mas que o seu processo de expansão econômica e mudanças políticas não foram consequências diretas da descoberta das minas, mas sim de outros fatores, como, por exemplo, o comércio de índios escravizados. O item c é incorreto, pois Ouro Preto não era um centro agrícola e pecuarista, mas sim minerador. Além disso, a vila não passou pelo processo descrito pelo texto da questão. O item d também é incorreto, pois Cuiabá, apesar de ser um entreposto da rota centro-sul, não sofreu o processo descrito pelo texto da questão. O item e está errado pois a vila de Mariana era um centro da região mineradora, e não distribuidor de escravos indígenas. Além disso, ela também não sofreu o processo descrito pelo texto.


FGV (Ex. 6, p. 65)
"A confrontação entre a loja e o engenho tendeu principalmente a assumir a forma de uma contenda municipal, de escopo jurídico-institucional, entre um Recife florescente que aspirava à emancipação e uma Olinda decadente que procurava mantê-lo numa sujeição irrealista. Essa ingênua fachada municipalista não podia, contudo, resistir ao embate dos interesses em choque. Logo revelou-se o que realmente era, o jogo de cena a esconder uma luta pelo poder entre o credor urbano e o devedor rural."
Evando Cabral de Mello. A Fronda dos Mazombos. SP: Cia das Letras, 1995, p. 123.

O autor refere-se:
a) ao episódio conhecido como a Aclamação de Amador Bueno.
b) à chamada Guerra dos Mascates.
c) aos acontecimentos que precederam a invasão holandesa de Pernambuco.
d) às consequências da criação, por Pombal, da Companhia Geral de Comércio de Pernambuco.
e) às guerras de Independência em Pernambuco.

Comentários:
O texto refere-se à Guerra dos Mascates (item b), pois fala dos conflitos entre Recife (credor urbano) e Olinda (devedor rural) pela hegemonia política da capitania de Pernambuco. Os outros itens estão errados pois falam de eventos que nada tiveram a ver com essa disputa ocorrida entre 1710 e 1711.


Unifesp (Ex. 8, p. 66)
"Não resta outra coisa senão cada um defender-se por si mesmo: duas coisas são necessárias [...] a fim de se recuperar a mão livre no que diz respeito ao comércio e aos índios."
Manuel Beckman.

As duas principais reivindicações do líder da Revolta que leva seu nome são:
a) a revogação do monopólio da Companhia de Comércio do Estado do Maranhão e a expulsão dos jesuítas que se opunham à escravidão indígena.
b) a saída dos portugueses do Grão-Pará e Maranhão e a supressão dos aldeamentos indígenas, que monopolizavam as chamadas "drogas do sertão".
c) a repressão ao contrabando entrangeiro, que prejudicava os negócios dos atacadistas portugueses e a liberdade para importar escravos negros.
d) a expulsão dos holandeses do Nordeste , que monopolizavam o comércio do açúcar, e a reedição da guerra justa, que proibia a escravidão indígena.
e) a revogação do monopólio comercial da Metrópole sobre o Norte e Nordeste da colônia e a proibição para importar escravos negros.

Comentários:
Pelo texto apresentado pela questão é possível concluir que o item a é o correto, pois ele traz a questão do comércio e dos índios. As pessoas lideradas pelos irmãos Beckman lutaram pelo fim do monopólio da Cia de Comércio do Maranhão, que os impedia de poder também comercializar as drogas do sertão e outras mercadorias. Além disso, elas queriam utilizar a mão-de-obra mais barata possível, para obter lucro. No caso, essa mão-de-obra eram os índios que foram escravizados, apesar da legislação que impedia essa prática. Alguns grupos se opuseram à escravização dos índios, entre eles os jesuítas, que foram expulsos pelos revoltosos. Os outros itens tentam confundir o aluno que não tenha clareza sobre as causas da Revolta de Beckman, trazendo a questão dos escravos africanos e da expulsão dos holandeses que nada tem a ver com a Revolta.

Site do Vestec

Pessoal, visitem o novo site do Vestec: www.vestec.hdfree.com.br
Lá vocês irão encontrar links com informações sobre os vestibulares e outras coisas legais!

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Vinda da Família Real para o Brasil em 1808

Pessoal, aí vão alguns links de artigos legais sobre a vinda da família real portuguesa para o Brasil em 1808.

Especial do jornal O Estado de SP, com muitas imagens e informações interativas:
http://www.estadao.com.br/especiais/200-anos-da-chegada-da-familia-real,13805.htm
http://www.scribd.com/doc/6791016/200-Anos-Da-Chegada-Da-Familia-Real-Ao-Brasil

Especial do jornal Folha de SP, também com informações interessantes:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/especial/2008/familiareal/

Especial da Revista de História da Biblioteca Nacional, com textos de historiadores, em uma linguagem acessível:
http://www.revistadehistoria.com.br/v2/home/?go=detalhe&id=1273

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Para quem gosta de cinema!

Para quem gosta de filmes (e vai ter um tempinho nas férias!) aí vão dois muito legais para o estudo de história do Brasil:


Narradores de Javé (2003)
Diretora: Eliana Café

Ao verem seu vilarejo ameaçado por uma represa que seria construída na região para gerar energia elétrica, os moradores de Javé resolvem defender o local onde nasceram e cresceram. Ao serem informados que só não seriam submersas as povoações da região que comprovassem ter algum "valor histórico", os moradores se reunem para contar a "épica" história de Javé. Porém eles percebem que essa tarefa não será fácil, pois cada um tem a sua versão própria da história da fundação do povoado. Com humor, o filme consegue discutir o conceito de história como rememoração e mostra que, para um mesmo fato, pode haver inúmeras versões, sendo impossível saber o que "realmente" acontecera!





O Ano Em Que Meus Pais Sairam de Férias (2006)
Diretor: Cao Hamburguer

Mauro, um garoto de 12 anos se vê inserido de repente em um universo totalmente diferente do seu, ao ter que se mudar de Belo Horizonte para São Paulo, para morar com seu avô, um velho judeu que ele mal conhecia. Mas qual seria o motivo da súbida mudança? A explicação dada a ele foi a de que seus pais tinham que "sair de férias", e que ele não poderia ir junto. Com o passar do tempo, no entanto, Mauro começa a perceber que havia algo estranho nessas férias: seu pai, apeser de ter lhe prometido que voltaria a tempo de assistir com o filho os jogos da Copa de 1970, nunca chegava. Com muita sensibilidade, esse filme mostra a visão de um menino que, em um ambiente totalmente diferente do seu, tem que entender o que é ter seus pais perseguidos pelo governo da Ditadura Militar no Brasil.
Site oficial do filme: http://www.oano.com.br/

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Sites interessantes

Pessoal, aí vão alguns sites interessantes para ajudar vocês a estudarem para o vestibular:

Sites para o estudo de história do Brasil:

Revista de História da Biblioteca Nacional - http://www.revistadehistoria.com.br/
Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro (CPDOC) - http://cpdoc.fgv.br/acervo/dhbb
Navegando na História (CPDOC) - http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies
Revista de História da USP - http://revhistoria.usp.br/index.php

Sites para o estudo de todas as matérias (com simulados online e informações sobre as universidades):

Vestibulando Web - http://www.vestibulandoweb.com.br/
UOL Vestibular - http://vestibular.uol.com.br/
Virando Bixo - http://eptv.globo.com/virandobixo/default.aspx
Vestibular Brasil Escola - http://www.vestibular.brasilescola.com/


Sites das universidades (onde vocês podem baixar as provas dos vestibulares anteriores):

Unicamp - http://www.comvest.unicamp.br/vest_anteriores/vest_ant.html
USP - http://www.fuvest.br/vest2011/fuvest.stm
Unesp - http://www.vunesp.com.br
Fatec - http://www.centropaulasouza.sp.gov.br/Vestibular/
Enem - http://www.enem.inep.gov.br/


Se alguém tiver mais dicas de site, compartilhe com a gente!
E não se esqueçam das datas de inscrição dos vestibulares, hein? = ]

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Administração Colonial

O império português, estabelecido ao longo dos séculos XV e XVI, precisou contar com agentes metropolitanos, que representariam o rei nas colônias da América, Ásia e África. Foi preciso criar órgãos responsáveis por afirmar e manter o domínio português nesses territórios, controlando a cobrança de impostos, a justiça e o comércio.
Em Portugal, depois do fim da União Ibérica (1640), a administração foi organizada dessa maneira (simplificadamente):O órgão responsável pelas partes do império localizadas fora a Europa é o Conselho Ultramarino. Na América Portuguesa a administração era exercida do seguinte modo (também simplificadamente):


É importante lembrar que essas relações entre os diferentes níveis administrativos poderiam ser flexíveis de acordo com a situação.

No âmbito local, duas instituições eram muito importantes: as Câmaras Municipais e as Irmandades da Misericórdia. Ambas deveriam ser compostas por "homens-bons", ou seja, homens de sangue "puro" (não poderia ser descententes de negros, judeus ou mouros) que faziam parte da elite local, tendo posses e uma boa reputação. Apesar dessas exigências, no entanto, alguns homens influentes que eram mestiços ou cristãos-novos (judeus recém-convertidos ao catolicismo) conseguiam alcançar postos nas câmaras ou irmandades da Misericórdia.

As Câmaras tinham a função de distribuir terras, cobrar impostos, controlar o comércio local, financiar obras públicas e festas. Elas tinham certa autonomia e, se fosse necessário, poderiam apelar diretamente pela Coroa. Tinham, no entanto, que negociar com os outros poderes, como o governador da capitania ou o procurador da Fazenda Real (responsável por controlar as finanças da Coroa).


As Irmandades tinham como principal função a caridade: cuidavam dos enterros, ajudavam os que estavam com dificuldades financeiras etc. Existiram irmandades de escravos, que conseguiram, algumas vezes, comprar a alforria de seus participantes. A Irmandade da Misericórdia, porém, era composta pela elite, e servia também como um "banco", emprestando dinheiro às pessoas que dela faziam parte. Sua influência política e social esteve presente em várias decisões administrativas e políticas nas vilas. Além disso, foi dessa irmandade que surgiram as Santas Casas de Misericórdia, que existem até hoje em muitas cidades brasileiras.

O trabalho no engenho de açúcar

Os engenhos eram as unidades produtivas de açúcar no Brasil colonial, sendo que o termo se refere a toda a área de produção, desde os locais de plantio da cana e produção do açúcar até a casa dos senhores, a capela e a morada dos escravos. Abaixo temos uma ilustração do que seria um engenho típico do período colonial:


A produção do açúcar no litoral da América portuguesa tinha quatro etapas principais:

1a. etapa) A cana de açúcar era plantada e colhida (no sistema de plantation).
2a. etapa) A cana era moída até sair todo o seu caldo.
3a. etapa) O caldo de cana era fervido até alcançar a temperatura certa, sendo "purgado", ou seja, tendo suas impurezas retiradas.
4a. etapa) O caldo era colocado em utensílios de barro (geralmente em forma de cone) com um furo embaixo, para ser lavado e secado, até transformar-se em um bloco de açúcar.

Esses "blocos" de açúcar eram então enviados a Portugal, onde o açúcar ainda seria refiando para ser vendido para outros países europeus.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Grupos indígenas na Amazônia e no sudeste


Recentemente, o jornal O Estado de São Paulo publicou uma notícia sobre descobertas arqueológias na Amazônia, intitulada "Amazônia teve civilização complexa"
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100111/not_imp493546,0.php

Fiquem atento a essas novas questões sobre a Amazônia, pois elas podem aparecer nos vestibulares. Porém, lendo essa matéria, ficam perguntas parecidas com as que fizemos na aula sobre os indígenas: por que os grupos que construiram cidades, templos, monumentos etc são mais valorizados do que aqueles que eram nômades? Por que o termo "pré-colombiano" continua a ser usado, sendo que ele claramente coloca como marco da história indígena a chegada dos europeus?


Nesse outro link há informações sobre as buscas pelas origens dos tupi-guaranis (lembrando que esse nome diz respeito à "família" das línguas faladas por vários grupos indígenas do litoral):

Jornal Folha de São Paulo: "Tupis-guaranis já estavam no sudeste há 3.000 anos" (17/12/2008)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u480384.shtml

sábado, 10 de abril de 2010

Músicas Brasil Colônia

A pedidos.... Musiquinhas sobre a história do Brasil colônia!
(Vamos ensaiar para apresentar nas festinhas de fim de ano! hehehehe)

Deixando de lado a brincadeira, atentem para as diferentes versões do descobrimento e colonização retratadas nessas músicas. Pensando que essas músicas são geralmente ensinadas às crianças, que visões do Brasil, dos portugueses e dos índios elas trazem?

Descobrimento do Brasil
"Vinte e dois de abril, de um tempo passado
O Monte Pascoal foi logo avistado
Um Porto Seguro procurou Cabral
E nele ancorou as naus de Portugal

Caminha e frei Henrique vieram com Cabral
E a terra virou colônia do reino de Portugal

Vinte e dois de abril, de um tempo passadoO Monte Pascoal foi logo avistadoUm Porto Seguro procurou Cabral
E nele ancorou as naus de Portugal

A Ilha de Vera Cruz tinha um céu cor de anil
De Santa Cruz foste terra e hoje seu nome é Brasil."


Início da Colonização (ao som de Jingle Bells)

"Martim Afonso veio e dois anos depois
A bela São Vicente na ilha ele fundou
Distribuindo terras Brás Cubas concedeu
Um lote com bom porto e Santos ele ergueu

São Vicente, São Vicente, Santos e até
No planalto João Ramalho funda Santo AndréE ao norte surge Olinda cheia de atração
Foi assim que começou a colonização!"




















Pindorama (do grupo Palavra Cantada)

"Pindorama, Pindorama
É o Brasil antes de Cabral
Pindorama, Pindorama
É tão longe de Portugal
Fica além, muito além
Do encontro do mar com o céu
Fica além, muito além
Dos domínios de Dom Manuel

Vera Cruz, Vera Cruz
Quem achou foi Portugal
Vera Cruz, Vera Cruz
Atrás do Monte Pascoal
Bem ali Cabral viu
Dia 22 de abril
Não só viu, descobriu
Toda a terra do Brasil

Pindorama, Pindorama
Mas os índios já estavam aqui
Pindorama, Pindorama
Já falavam tupi-tupi
Só depois, vêm vocês
Que falavam tupi-português
Só depois com vocês
Nossa vida mudou de uma vez

Pero Vaz, Pero Vaz
Disse em uma carta ao rei
Que num altar, sob a cruz
Rezou missa o nosso frei
Mas depois seu Cabral
Foi saindo devagar
Do país tropical
Para as Índias encontrar

Para as índias, para as índias
Mas as índias já estavam aqui
Avisamos: "olha as índias!"
Mas Cabral não entende tupi
Se mudou para o mar
Ver as índias em outro lugar
Deu chabu, deu azar
Muitas naus não puderam voltar
Mas, enfim, desconfio
Não foi nada ocasional
Que Cabral, num desvio
Viu a terra e disse: "Uau!"
Não foi nau, foi navio
Foi um plano imperial
Pra aportar seu navio
Num país monumental

Ao Álvares Cabral
Ao El Rei Dom Manuel
Ao índio do Brasil
E ainda quem me ouviu
Vou dizer, descobri
O Brasil tá inteirinho na voz
Quem quiser vai ouvir
Pindorama tá dentro de nós

Ao Álvares Cabral
Ao El Rei Dom Manuel
Ao índio do Brasil
E ainda quem me ouviu
Vou dizer, vem ouvir
É um país muito sutil
Quem quiser descobrir
Só depois do ano 2000."

Para ver o clipe dessa música, que passou na TV Cultura: http://www.youtube.com/watch?v=s7nhcOShzYM

domingo, 4 de abril de 2010

Resolução de Exercícios II

Abaixo, algumas questões de vestibular e os meus comentários sobre os itens. Todas essas questões estão na apostila, no capítulos 1. Bom estudo! = ]

1) UEL (Apostila - Ex. 19, pg. 15)

Para compreender a expansão marítima nos séculos XV e XVI, é necessário considerar a importância da cartografia. Sobre o tema, é correto afirmar que os cartógrafos representavam o mundo:
a) Valendo-se de conhecimentos acumulados e transmitidos por meio da filosofia, da astronomia e da experiência concreta.
b) Desconhecendo o valor político de sua arte de cartografar para os rumos da rivalidade castelhano-portuguesa.
c) Confirmando os conhecimentos estáticos sobre o planeta, resultantes da observação direta dos espaços desconhecidos.
d) Anotando nos mapas pontos geográficos, longitudes e latitudes com exímia precisão, em função dos eficazes instrumentos de navegação.

Comentários:
O item a é o correto, pois como foi visto no texto sobre cartografia (postado aqui no blog), os mapas traziam uma visão de mundo da época (filosofia) e também representações feitas a partir dos conhecimentos da época (astronomia, conhecimentos empíricos). O item b está incorreto, pois muitos dos cartógrafos conheciam sim, o poder político do conhecimento que transmitiam através de seus mapas. O reino que tivesse acesso a determinados conhecimentos poderia ter vantagens sobre a navegação e sobre a dominação dos novos territórios, fazendo com que muitos dos mapas se tornassem "segredo de Estado". O item c também está incorreto, pois muitos dos mapas eram feitos sem que o cartógrafo fosse até o lugar cartografado. Muitas das informações usadas para traçar os mapas eram adquiridas pelos cartográfos através de relatos de marinheiros e outros viajantes. O item d está errado, pois a precisão matemática, como a conhecemos hoje, não era a prioridade dos cartógrafos dos séculos XV-XVIII. Precisamos lembrar também que, apesar das avançadas técnicas de navegação para a época, eles não possuíam satélites, computadores ou GPSs. As latitudes e longitudes estavam presentes em muitos dos mapas pós-descobrimento da América, sendo alguns muito precisos. Mas a representação de mundo daquela época era muito diferente da nossa, não só devido a questões de tecnologia.


2) PUC - SP (Apostila - Ex. 41, pg. 17)
Quem quer passar além do Bojador,
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Fernando Pessoa, "Mar Português", em Obra Poética.

O trecho de Fernando Pessoa fala da expansão marítima portuguesa. Para entendê-lo, devemos saber que:
a) "Bojador" é o ponto ao extremo sul da África, e que atravessá-lo significava encontrar o caminho para o Oriente.
b) a "dor" representa as doenças, desconhecidas dos europeus, mas existentes nas terras a serem conquistadas pelas expedições.
c) o "abismo" refere-se à crença, então generalizada, de que a Terra era plana e que, num determinado ponto, acabaria, fazendo caírem os navios.
d) menção a "Deus" indica a suposição, à época, de que o Criador era contrário ao desbravamento dos mares e que puniria os navegadores.
e) o "mar" citado é o Oceano Índico, onde estão localizadas as Índias, objetivo principal dos navegadores.

Comentários:
O item a está errado pois o Cabo do Bojador não fica ao sul da África (esse é o Cabo da Boa Esperança), mas ao noroeste do continente, entre as ilhas Canárias e Cabo Verde. O item b também está incorreto, pois a dor, no poema, representa o medo e as dificuldades dos navegadores em passar por aquela região. Muitos acreditavam, na época da expansão marítima, que depois do Bojador habitariam monstros marinhos terríveis e que, um pouco adiante, acabaria o mundo. O que nos leva ao item c, que é o correto: havia sim, como eu disse na sala de aula, uma crença de que o mundo seria plano e acabaria em um abismo, que seria onde chamamos de "linha do horizonte". O item d é incorreto, pois o navegadores portugueses eram muito católicos (como praticamente toda a população portuguesa da época) e acreditavam que desbravar os mares seria uma espécie de missão dada por Deus para os cristãos. Tanto isso que, quando encontraram com os índios na América, os portugueses (e também os espanhóis e franceses) acreditaram que os nativos deveriam ser convertidos ao cristianismo, e que era uma tarefa divina levar a salvação àqueles povos. O item e também é incorreto pois o mar citado, onde está localizado o Cabo do Bojador, é o oceano Atlântico. Aí vai um mapinha dos tão falados cabos:




3) Fuvest (Apostila - Ex. 57, pg. 18)

Nos últimos dois anos, apoiada em técnicas mais avançadas, a arqueologia tem fornecido pistas e indícios sobre a história dos primeiros habitantes do território brasileiro antes da chegada dos europeus. Sobre esse período da história, é possível afirmar que:

a) as práticas agrícolas, até a chegada dos europeus, eram desconhecidas por todas as populações nativas que, conforme os vestígios encontrados, sobreviviam apenas da coleta, caça e pesca.
b) os vestígios mais antigos de grupos humanos foram encontrados na região do Piauí e as datações sobre suas origens são bastante controvertidas, variando entre 12 mil e 40 mil anos.
c) os restos de sepultura e pinturas encontradas em cavernas de várias regiões do país indicam que os costumes e hábitos desses primeiros habitantes eram idênticos aos dos atuais indígenas nas reservas.
d) os sambaquis, vestígios datados de 20 mil anos, comprovam o desconhecimento da cerâmica entre os indígenas da região, técnica desenvolvida apenas entre os povos andinos, Maias e Astecas.
e) os sítios arqueológicos da ilha de Marajó são provas da existência de importantes culturas urbanas com sociedades estratificadas que mantinham relações comerciais com povos das Antilhas e América Central.


Comentários:
O item a é errado, pois muitos dos grupos indígenas do século XVI conheciam sim a agricultura. O item b é o correto: se alguém quiser saber mais sobre o sítios do Piauí, ver http://www.fapepi.pi.gov.br/novafapepi/sapiencia5/pesquisa1.php. O item c é incorreto, pois os costumes indígenas - como os costumes europeus - mudaram bastante do século XVI até hoje. Dizer que os índios de hoje têm a mesma cultura e as mesmas práticas que os de séculos atrás é a mesma coisa que dizer que os índios não têm história!! É importante lembrar que muitas das mudanças ocorridas na sociedade indígenas aconteceram devido à exploração colonial e, posteriormente, ao confronto com grupos não-indígenas, ou seja, devido ao extermínio de boa parte da população, ao trabalho forçado, à cristianização, à perda de terras etc. Porém, muitas mudanças ocorreram também porque os próprios grupos indígenas o desejaram assim. O item d é incorreto: os sambaquis são "morros" feitos de resíduos orgânicos (conchas, ossos etc) por alguns grupos tupi-guaranis ao longo da costa brasiliera. Neles os arqueólogos já encontraram vários indícios da vida desses grupos. Vários deles conheciam sim a cerâmica (ex.: cerâmica marajoara), que não era exclusividade dos povos andinos. O item e também é incorreto, pois os habitantes da ilha de Marajó (PA) não eram "urbanos" e nem faziam comércio com os povos das Antilhas e Am. Central.

terça-feira, 23 de março de 2010

Resolução de Exercícios

Aí vão algumas questões de vestibular sobre a matéria que estudamos na aula passada (contexto histórico das grandes navegações e chegada dos europeus à América). Abaixo das questões coloco o meu comentário sobre as respostas das questões. Mas tentem resolvê-las antes de olhar o gabarito, certo? = ]


1) Mackenzie

As razões do pioneirismo português na expansão marítima dos séculos XV e XVI foram:

a) A invasão da península ibérica pelos árabes e a conquista de Calicute pelos turcos.

b) A assinatura do Tratado de Tordesilhas por Portugal e pelos demais países europeus.

c) Um Estado liberal centralizado, voltado para a acumulação de novos mercados consumidores.

d) As guerras religiosas, descentralização política do Estado e o fortalecimento dos laços servis.

e) Uma monarquia centralizada, interessada no comércio de especiarias.

Comentários:

Esta é uma questão de nível fácil, que quer saber se você consegue identificar expansão marítima com centralização política e comércio de especiarias. O item A está errado, pois a invasão da península ibérica pelos árabes aconteceu antes da formação do Estado Português, ou seja, antes da expansão marítima. O item B também está incorreto, pois o Tratado de Tordesilhas, assinado em 1459, foi feito porque a expansão marítima européia já havia chegado à América. O item C também está errado, pois o Estado Português da época não era um Estado liberal (o liberalismo, que veremos mais tarde, só surgirá depois do século XVII). O item D é incorreto porque foi justamente a centralização política que incentivou a expansão, e não a descentralização. Além, disso, a expansão marítima ocorreu na transição do feudalismo para o capitalismo, ou seja, quando os laços servis (feudalismo) estavam se tornando mais fracos, e não fortes. O item E, portanto, é o correto, pois indica a centralização política e o comércio como motivadores da expansão marítima européia. É importante lembrar, no entanto, que as especiarias não eram as únicas mercadorias comercializadas pelos portugueses.



2) Fuvest

Sobre o Tratado de Tordesilhas, assinado em 7 de junho de 1494, pode-se afirmar que objetivava:

a) Demarcar os direitos de exploração dos países ibéricos, tendo como elemento propulsor o desenvolvimento da expansão comercial marítima.

b) Estimular a consolidação do reino português, por meio de exploração das especiarias africanas e da formação do exército nacional.

c) Impor reserva de mercado metropolitano, por meio da criação de um sistema de monopólios que atingia todas as riquezas coloniais.

d) Reconhecer transferência do eixo do comércio mundial do Mediterrâneo para o Atlântico, depois das expedições de Vasco da Gama às Índias.

e) Reconhecer a hegemonia anglo-francesa sobre a exploração colonial, após a destruição da invencível armada de Filipe II, da Espanha.


Comentários:

Essa também não é uma questão difícil, mas o modo como as alternativas são escritas às vezes engana. O item A é o correto, pois afirma que o Tratado serviu para “organizar” (pelo menos no papel) a divisão dos novos e velhos territórios explorados por Portugal e pelo Reino de Castela (Espanha) em suas expansões marítimas. O item B está errado, pois o Tratado não serviu apenas para Portugal, além de ter sido motivado muito mais pelas terras americanas do que africanas. O item C também é incorreto, porque o sistema de monopólio comercial não foi criado pelo Tratado, apesar de ter sido beneficiado pelas suas determinações. O item D é incorreto, pois as expedições de Vasco da Gama (de 1497, 1502 e 1524) são posteriores ao Tratado. Além disso, nessa época o eixo do comércio ainda não havia saído do Mediterrâneo, tinha apenas começado a mudar. O item E é errado, pois o Tratado de Tordesilhas referia-se a Portugal e a Castela, e não à França e à Inglaterra. Além disso, a destruição da armada de Filipe II aconteceu em 1588.


3) Unicamp


Os motivos que levaram Colombo a empreender a sua viagem evidenciam a complexidade da personagem. A principal força que o moveu nada tinha de moderna: tratava-se de um projeto religioso, dissimulado pelo tema do ouro. O grande motivo de Colombo era defender a religião cristã em todas as partes do mundo. Graças às suas viagens, ele esperava obter fundos para financiar uma nova cruzada. (Adaptado de Tzvetan Todorov. “Viajantes e Indígenas”, em Eugenio Garin. O Homem Renascentista, Lisboa: Ed. Presença, 1991.)


a) Segundo o texto, quais foram os objetivos da viagem de Colombo?

b) O que foram as cruzadas na Idade Média?

Comentários:

O item A dessa questão pede basicamente a sua interpretação do texto do enunciado. Segundo o texto, então, (como vimos na aula passada) Colombo tinha como objetivo defender a religião cristã e expandi-la, além de obter recursos para “devolver” Jerusalém aos cristãos (nova cruzada). Já o item B pede conhecimentos de História Geral, sobre o período da Idade Média. Resumidamente pode-se dizer que as cruzadas eram expedições militares promovidas pelos cristãos contra os considerados infiéis (“guerra santa”). Entre seus principais objetivos pode ser mencionados a retomada de Jerusalém e os interesses comerciais dos europeus com a expansão de suas rotas comerciais no oriente médio.